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sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Rock in Rio 3 (2001)
Após novo hiato, o ano de 2001 viu a realização do Rock in Rio III, nos dias 12 a 14 e 18 a 21 de janeiro. Nesta ocasião, os organizadores decidiram construir uma nova "Cidade do Rock", no mesmo local onde fora a primeira, com a inédita capacidade de 250 mil espectadores por dia e "tendas" alternativas onde realizaram-se concertos paralelos aos do palco principal.
Havia tendas de música eletrônica ("Tenda Eletro"), música nacional ("Tenda Brasil", na qual artistas brasileiros apresentavam-se), música africana ("Tenda Raízes") e música mundial ("Tenda Mundo Melhor"). O evento recebeu a legenda de "Por Um Mundo Melhor", o que se marcou com o ato simbólico de observação de cinco minutos de silêncio antes do início das apresentações no primeiro dia do evento. Às 19 horas daquele dia 12 de janeiro de 2001, três mil rádios e 522 TVs silenciaram pela melhoria do mundo. O início e o fim do ato foram marcados pelo toque de sinos e pela libertação de pombas brancas, representando um pedido pela paz mundial.
A "Cidade do Rock" construída para o Rock in Rio III, permanece montada, mas não deverá ser mais utilizada em futuras edições já que o local deverá abrigar a Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
Atrações internacionais: N’sync, Britney Spears, Sting, James Taylor, R.E.M, Foo Fighters, Guns N’Roses, Iron Maiden, Neil Young, Oasis, R.E.M, Red Hot Chili Peppers, Sheryl Crow, Silverchair, Aaron Carter, Neil Young, entre outros...
Atrações nacionais: Barão Vermelho, Capital Inicial, Cássia Eller, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Moraes Moreira, Sandy & Júnior, Pato Fu, Daniela Mercury, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii, Carlinhos Brown, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Tom Zé e Zé Ramalho.
NOTA: Num evento que contou com Sandy & Júnior, Britney Spears e até N’Sync, ter Carlinhos Brown não seria nada inusitado, como realmente não foi. O problema foi o dia. Um público de quase 200 mil pessoas aguardavam Pato Fu, Oasis, Papa Roach, Ira! e Ultraje à Rigor, Guns n’ Roses e… Carlinhos Brown (?). Nada contra o percursionista, mas é visivel que estamos falando de um público que não tinha nada a favor da brasilidade nativa de Brown.
No dia e hora – erroneamente – marcados para a apresentação de Carlinhos Brown, o cara sobe ao palco e, algum tempo depois, sente a hostilidade da platéia que, pior do que não estar nem aí, começa a demonstrar irritação. Brown resolve vestir “as roupas e as armas de Jorge” e começa a caminhar por um pequeno corredor que divide parte da platéia raivosa e armada de garrafas plásticas.
Depois de receber todo o protesto engarrafado, ao som de A Namorada, Brown volta para o palco e começa o primeiro dos muitos discursos:
“Eu sou da paz. Eu só jogo amor. Não jogo nada em ninguém. Só jogo amor. Eles querem rock…”
E debochadamente cantarola um “la, lá, lá, lá”, em ritmo de Hino Nacional, fazendo uma referência à preferência gringa da maioria da gurizada lá presente. numa tentativa de abafar o caso, a banda começa uma nova canção. Brown é enfático e pede pra banda parar para assim, mandar um recadinho para os roqueiros mau-educados:
“Pode jogar o que você quiser que nada me atinge. Nada me atinge! Eu sou da paz! Olha, não adianta gostar de nada quando não se tem juízo. Quando não se pensa. Quando não raciocina. Não adianta gostar de nada. Tem que ser pelo amor. Você que gostam de rock tem muito que aprender na vida. Aprender a respeitar o ser humano, dizer não à violência e dizer sim ao amor. Acredite na vida, gente. Agora, o dedinho pode enfiar no traseiro…”
E sai.
Mas não sem antes voltar com a banda toda para agradecer a “receptividade”. Desta vez, em silêncio.
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